terça-feira, 28 de agosto de 2007

-- que tudo se foda,
disse ela,
e se fodeu toda



Paulo Leminski -

presente


A dor rasga fina e intensamente
a
flor
presente
em
meu
ventre.
Fino
é
o acúmulo
de tristeza
que
amolece minha gana.
A luta pela vida se torna supérflua.
Eu devo ir.
um
aDeus.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Identidade Falsa

Hoje em dia a Ética e a Moral
procuram em orfanatos seu filho Caráter e sua filha tão amada Personalidade,
que foram deixados no mesmo orfanato
por não terem condições financeiras
de dar o que comer para os dois filhos gêmeos
que vieram nascer no regime no qual quem era presidente era o Senhor Medíocre.
Após anos e regimes mudados, o sistema veio se transformando e vários filhos foram sendo abandonados por causa dos Srs. Hipocresia, Inveja, Ganância e a Sra Corrupão junto com sua vice Avareza.
Quantas crianças como a Ética e a Personalidade vão surgir sem se tornarem adultos
como seus pais que os abandonaram
e seus governantes que os transformaram em ovelhas agarradas da Injustiça?
O Caos com seu coletivo de atitudes insanas
pode ser que resolva se for direcionado àqueles que manipulam e comandam.
Amém.


Tommy Efrom

sábado, 25 de agosto de 2007


Uma face com suas expressões
Algo passa de sua alma ao seu corpo
Um aglomerado de pássaros
Pousam em seu jambeiro
Comem seus frutos e suas pragas
Espalham suas sementes
Criam ninhos em seus ramos
Ela os admira cantar
Voar...
Lembra das suas noites ferventes
Nas tempestades de gala do inverno tropical
Onde rodopiava e cantava
Ao embalo do maestro vento espera
um dia decolarão, sabe como...
Será que resistiria a um ciclone?
A resistência triunfaria?
Isto ela conhece bem
Desde que um raio a partiu ao meio



texto: Damodara Wagner
Desenho: Assunção Melo

domingo, 12 de agosto de 2007




Escuro e seco.
A respiração é o fio condutor.
Há, vindo da sala, um feixe de luz amarela
Vejo por ele a fumaça de meu cigarro.
Pedro esta me esperando, estou atrasado.
Mas sei que não vou.

A lua, insistente, tende a iluminar
Perco o que me era luz
Ele ainda me espera, mas, sei que não vou.
não vou!

E se ele não mais me esperar?
Céus, que farei sem Pedro...





texto:
Poeira Solta no Vento
+
(agora) Sabonete Azul .
imagem: klimt

segunda-feira, 6 de agosto de 2007


A frieza do inverno me pegou
junto a ela veio o abandono dos amores;
as indagações inconsistentes;
a languidez sórdida de uma noite mal dormida

para o fim de mais um poema, as palavras fogem
não para cá...
vão além da mente, das explicações,
das soluções.
por essa razão, sou fiel a meu condicionamento
- o silêncio.

ou seria omissão?